RN chega a 102 casos de varíola do macaco

O Rio Grande do Norte contabiliza 102 casos confirmados de varíola dos macacos em 14 municípios, 84 são homens e 18 mulheres, conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap).

Natal concentra a maioria dos casos, com 64 pessoas diagnosticadas com a doença. Em seguida aparecem as cidades de Parnamirim (16) e Extremoz (4).

Não há registro de mortes por varíola dos macacos no RN. No Brasil, pelo menos seis mortes já foram registradas.

Cidades com casos confirmados no RN:

Natal (64)
Parnamirim (16)
Extremoz (4)
São Gonçalo do Amarante (3)
Mossoró (3)
Caicó (2)
Jandaíra (2)
Parelhas (2)
Doutor Severiano (1)
Equador (1)
Espírito Santo (1)
Goianinha (1)
Poço Branco (1)
Serra Negra do Norte (1)

Foto: Reprodução

Sobre a doença
O atual surto não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos. O vírus da Monkeypox, que faz parte da mesma família da varíola, é transmitido entre pessoas e o atual surto tem prevalência de transmissão de contato íntimo e sexual.

A varíola dos macacos é uma doença atualmente tratada como uma emergência de saúde global pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Trata-se de uma zoonose viral: uma doença que foi transmitida aos humanos a partir de um vírus que circula entre animais. Antes do atual surto, a varíola dos macacos ocorria principalmente na África Central e Ocidental, sobretudo em regiões perto de florestas, pois os hospedeiros são roedores e macacos.

Fonte: g1.globo.com

Biólogos afirmam que transmissão da varíola dos macacos não tem relação com o animal

O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente – Idema, por meio do Parque Estadual Dunas do Natal “Jornalista Luiz Maria Alves” esclarece que, apesar do nome, a “varíola dos macacos” nada tem a ver com os primatas. O esclarecimento foi dado pela Sociedade Brasileira de Primatologia e reforça que a doença, com casos confirmados no Rio Grande do Norte, é transmitida entre pessoas e não por macacos.

O biólogo e coordenador do setor de Fauna da Unidade de Conservação, Dhyego Melo, faz um apelo para que a população busque informações sobre a doença e não cometa maus tratos com os animais. O profissional ressalta que esses mamíferos não transmitem a varíola e não são reservatórios desse vírus.

“A falta de informação e de sensibilidade com os seres com que convivemos faz muito mal à sociedade. É importante que a população tenha plena consciência de que os macacos não são responsáveis pela existência do vírus e nem por sua transmissão a humanos. Eles precisam ser protegidos. A morte desses animais traz um enorme desequilíbrio ambiental, que não pode ser agravado pela ação do homem”, disse.

A varíola dos macacos é uma doença causada pelo vírus “Monkeypox”, pertencente à mesma família do vírus que causava a varíola – uma doença que foi extinta na década de 80. Com o avanço da varíola dos macacos no mundo, informações falsas têm circulado, e uma delas é que a matança dos primatas pode ajudar na erradicação da doença.

A gestora do Parque das Dunas, Mary Sorage, comenta que o medo do contágio por transmissão desta e de outras doenças, como a febre amarela, não se justifica.

“Na verdade, os primatas servem como sentinelas, já que muitas vezes adoecem antes e alertam para a presença e risco de uma doença que pode afetar também os humanos. O surto da doença não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos. Todas as transmissões identificadas até o momento pelas agências de saúde no mundo foram atribuídas à contaminação por transmissão entre pessoas”, disse.

Os biólogos do Idema solicitam que ao avistar algum macaco doente ou morto, as pessoas avisem aos órgãos de saúde do seu município.

As investigações epidemiológicas estão em andamento, mas o que sabemos é que entre humanos, o vírus da varíola dos macacos é transmitido por contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de infectados, fluidos corporais ou objetos recentemente contaminados.

Qual a importância dos macacos para o equilíbrio do meio ambiente?

Existem diversas espécies de macacos no mundo. Cada uma possui características, singularidades, importância para o equilíbrio ambiental, atuando efetivamente na dispersão de espécies vegetais e recuperação de florestas.

Os macacos sofrem diariamente com a destruição do seu habitat. O desmatamento, devido ao aumento da área agropecuária e uso da madeira, criação de estradas e aumento de cidades, a caça predatória ou a utilização como animais de estimação, também afeta esses mamíferos.

Como prevenir a varíola dos macacos?

– Evitar contato com pessoas infectadas ou suspeitas;

– Higienizar as mãos com frequência, com água e sabão ou álcool;

– Usar máscaras de proteção.