Profissionais da saúde do RN entram em greve

Os profissionais da saúde do Rio Grande do Norte fazem uma paralisação nesta terça-feira (11) em frente ao Walfredo Gurgel em Natal. A decisão foi aprovada por unanimidade em Assembleia Geral dos Trabalhadores no último dia 29. Além de trabalhadores da enfermagem, psicólogos, assistentes sociais e demais profissionais que compõem o segmento devem aderir à greve, tanto na capital, quanto no interior do RN.
Estão entre as reivindicações, a campanha salarial de 2023, bem como a revisão da Lei de produtividade, perdas salariais para ativos e aposentados, além do pagamento de plantões dentro do mês trabalhado. A lista apresentada pelo sindicato conta com cerca de 19 itens, de acordo com a diretoria. Pagamento do piso salarial da enfermagem e dos técnicos em radiologia também entram na discussão.

De acordo com uma das diretoras do sindicato, Rosália Fernandes, uma das reivindicações é a convocação dos profissionais aprovados em concurso estadual feito em 2018 e que até agora não foram chamados, enquanto outros profissionais com cadastros temporários continuam se renovando em seus postos.

Foto: Sinsenat

Segundo o Sindsaúde, lista de pedidos não deve ser atendida de uma vez e em sua totalidade, mas é necessário que o Estado proponha um calendário de ações para o cumprimento das reivindicações para que a greve seja finalizada. “Essas reivindicações, primeiro que a gente não está pedindo todas de uma vez”, disse a Fernandes. Em contrapartida, o Governo do Estado agendou uma nova audiência pra o dia 27 deste mês para discutir as reivindicações.

Primeiro caso de mucormicose é confirmado no RN

A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), por meio da Subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica (Suvige), monitora um caso confirmado de mucormicose, infecção fúngica conhecida como fungo preto, em uma paciente com histórico de Covid-19. Diante dessa confirmação no RN, a Sesap esclarece sobre o que é, os sintomas e tratamento da doença.

A Suvige acompanha a situação clínica da paciente com 42 anos que teve o resultado positivo para micormicose, detectado por meio de uma biópsia. A equipe está avaliando também seus exames e histórico clínico.

A mucormicose é causada por fungos da ordem Mucorales, e foi identificada pela primeira vez em 1885. Esses fungos podem estar presentes no ar, na água, em diversos ambientes. Podem acometer principalmente pessoas com o sistema imunológico deprimido, uma vez que os fungos são oportunistas, aproveitando-se da baixa imunidade para se instalar no organismo. Dessa forma, imunossuprimidos, diabéticos e pacientes internados em UTI são mais vulneráveis à mucormicose.

Os fungos Mucorales são transportados pelo ar e a infecção costuma ocorrer pela inalação de seus esporos ou, ainda, por meio de uma laceração na pele, como cortes ou queimaduras. A doença começa a se manifestar como infecção de pele nas bolsas de ar localizadas atrás da testa, nariz, maçãs do rosto e entre os olhos e os dentes.

Em seguida, o fungo pode se espalhar para os olhos, pulmões, podendo atingir também o cérebro. Isso leva ao escurecimento ou descoloração do nariz, visão turva ou dupla, dor no peito, dificuldades respiratórias e tosse com sangue. Ao atingir os vasos sanguíneos da via área e dos seios da face, o fungo compromete a circulação do sangue até necrosar os tecidos nestes locais.

A doença é tratada por meio de medicamentos antifúngicos. Quando a infecção chega ao estágio de necrose, as áreas afetadas precisam ser removidas por meio de cirurgia. O diagnóstico precoce e início imediato do tratamento adequado é fundamental para aumentar as chances de cura da doença, que apresenta uma taxa de letalidade de 50 a 60%.

RELAÇÃO ENTRE MUCORMICOSE E COVID-19

Os estudos acerca da relação entre a mucormicose e a Covid-19 ainda estão em fase inicial, mas os infectologistas acreditam que a ocorrência da doença em pacientes com histórico de Covid-19 esteja relacionada ao seu estado debilitado, acometendo principalmente pacientes hospitalizados e em estado grave.